Teste da Linguinha: O Que é e Para Que Serve?

Você já ouviu falar no teste da linguinha? Assim como a maioria dos testes realizados em recém-nascidos – olhinho, pezinho, orelhinha, coraçãozinho – o teste da linguinha faz parte do protocolo obrigatório do Ministério da Saúde e deve ser oferecido em todos os hospitais e maternidades do Brasil.

A partir de 2016, o ministério incluiu o teste no Curso de Manejo da Amamentação para profissionais de saúde da equipe neonatal e para os que realizam o seguimento ambulatorial.

Para que serve o teste da linguinha?

O teste da linguinha é um exame que tem como objetivo diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa (anquiloglossia), que podem comprometer as funções de sugar, engolir, mastigar e falar. Por isso, é feita uma avaliação do frênulo (popularmente conhecido como freio) da língua dos bebês.

Essa alteração ocorre quando a membrana que prende a língua na parte inferior da boca é muito curta, dificultando os movimentos da língua. O teste também é feito para avaliar a espessura e de que forma o freio da língua está fixado e se apresenta dificuldades para sugar o leite materno.

Qual é a causa da “língua presa?”

Essa alteração observada na boca do recém-nascido é muito comum. Segundo os especialistas, a língua presa é uma alteração genética que ocorre durante a formação do bebê e pode ter causas hereditárias ou genéticas. No entanto, alguns registros não têm causa aparente, por isso o exame é feito ainda na maternidade.

Sinais mais comuns

Alguns sinais podem contribuir para identificar a língua presa no bebê. Listamos abaixo os mais comuns. São eles:

  • O freio (frênulo) da língua não fica visível.
  • O bebê tem dificuldade em levantar a língua até aos dentes superiores.
  • O bebê tem dificuldade em mover a língua de lado.
  • A língua fica em forma de nó ou de coração quando a criança a coloca para fora.
  • O bebê morde o mamilo da mãe em vez de sugá-lo.
  • O bebê não consegue ganhar peso ou cresce mais devagar que o esperado.
  • O bebê tem dificuldade em colocar a língua para fora dos lábios.
  • O bebê alimenta-se mal e tem fome pouco tempo depois de mamar.

Como funciona o teste da linguinha?

O teste é simples e não causa dor. É preciso que o bebê eleve a língua para que o fonoaudiólogo verifique o frênulo. O exame é realizado por meio da aplicação do protocolo de avaliação do frênulo lingual com escores para bebês.

Este protocolo é dividido em história clínica, avaliação anatomo-funcional e avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva. O protocolo tem pontuações independentes e pode ser aplicado por partes até o sexto mês de vida. Geralmente, o teste é feito nos primeiros dias de vida do recém-nascido, ainda na maternidade.

Caso o teste apresente alguma alteração, tanto o fonoaudiólogo quanto o pediatra devem ser acionados. Se for verificado no teste da linguinha que existem alterações, o fonoaudiólogo e o pediatra podem indicar o início de tratamento adequado, e, de acordo com a alteração identificada, pode ser recomendada a realização de um pequeno procedimento para liberar a membrana presa embaixo da língua.

Qual é a importância do tratamento?

O teste da linguinha é fundamental para evitar diversos transtornos e prejuízos para a criança. A língua presa pode levar ao desmame precoce do recém-nascido, já que limita os movimentos da língua durante a sucção e a deglutição.

O bebê também pode vir a machucar o bico do seio da mão, pois com a língua presa, pode morder o mamilo, em vez de sugá-lo, o que é muito doloroso. No caso dos bebês maiores com língua presa, eles podem apresentar dificuldade em engolir, até mesmo sofrendo engasgos, especialmente com a introdução da papinha sólida.

No futuro, caso a língua presa não seja identificada e corrigida, pode provocar alterações no crescimento e desenvolvimento crânio facial, muscular e cognitivo da criança.

Sem consequências negativas

O teste da linguinha é fundamental para a identificação e o tratamento precoce, reduzindo, assim, as consequências negativas no desenvolvimento oral das crianças de até dois anos diagnosticadas com o freio da língua muito curto.

Se corrigido a tempo, o tratamento pode evitar inclusive a cirurgia feita para soltar o freio, impedindo assim que a criança tenha problemas em seu desenvolvimento. Assim, a identificação e o tratamento precoces podem diminuir as consequências negativas no desenvolvimento oral das crianças de zero a dois anos de idade que nasceram com o freio da língua muito curto.

Realizado a tempo, o tratamento pode evitar transtornos nas diferentes etapas do desenvolvimento oral das crianças. Portanto, que o teste seja feito como forma de evitar prejuízos cognitivos aos bebês.

Veja quais são os exames que um recém-nascido precisa fazer logo após o parto.

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