Teste do coraçãozinho: o que é e para que serve?

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatra, em cada mil bebês nascidos vivos, 10 podem apresentar malformações congênitas. Desses, dois podem apresentar cardiopatias graves, cuja intervenção médica deve ser feita o mais rapidamente possível.

O teste do coraçãozinho é apontado como essencial para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita. Ele é indicado a todos os recém-nascidos com mais de 34 semanas de idade gestacional. Sendo assim, o Ministério da Saúde incorporou o exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, como parte da triagem neonatal em todo o Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, 10% das mortes infantis são causadas por doenças cardíacas. E de 30% a 40% das mortes infantis por malformação em algum órgão do corpo humano se referem a problemas no coração.

Mas para que serve o teste do coraçãozinho?

O exame detecta precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar à morte ainda no primeiro mês de vida.

Além disso, é importante que o teste seja feito entre 24 e 48 horas após o nascimento. Isso porque, no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado.

O acompanhamento médico no pré-natal é importante para o diagnóstico, caso existam fatores que levantem a suspeita clínica de problemas cardíaco-fetais. O ultrassom morfológico também pode apontar indícios de cardiopatia.

Como é feito o teste?

O teste é realizado com um aparelho chamado de oxímetro de pulso. Sensores são colocados na mão direita do bebê e em um de seus pés para medir a concentração de oxigênio no sangue arterial.

Nos casos em que houver alterações, verificadas duas vezes até serem confirmadas, os bebês são encaminhados para um exame mais específico – o ecocardiograma – realizado em até 24 horas, no próprio hospital, para diagnóstico e consequente tratamento.

O ecocardiograma é feito com um aparelho de ultrassonografia, que mostra a anatomia e o funcionamento do coração. Por meio dele, é possível detectar defeitos cardíacos congênitos. O exame em si é simples, não invasivo e sem dor. É realizado pelo pediatra na maternidade para detectar doenças cardíacas graves.

O que é doença cardíaca congênita?

A doença cardíaca congênita ou cardiopatia congênita é uma alteração na estrutura do coração presente antes mesmo do nascimento. Durante o primeiro mês de gestação, o coração do feto começa a bater. Nesta altura, o coração é apenas um tubo com um formato que lembra vagamente um coração.

Aos poucos, as estruturas se formam em ambos os lados do órgão, bem como os vasos sanguíneos que transportam o sangue. Geralmente, é neste momento no desenvolvimento do bebê que as alterações cardíacas podem começar a se desenvolver.

Essa alteração pode afetar 1 em cada 100 crianças, segundo a American Heart Association, e ocorre enquanto o feto está se desenvolvendo. As cardiopatias congênitas podem gerar sintomas no nascimento, durante a infância ou aparecem somente na idade adulta. Em alguns casos, a cardiopatia congênita não causa sintomas.

Quais são as principais doenças cardíacas congênitas graves?

Há alguns exemplos de cardiopatias que exigem intervenção cirúrgica precoce para manter a circulação normal do sangue entre coração, pulmão e o corpo do bebê. São eles:

  • Transposição das grandes artérias: as grandes artérias aorta e pulmonar nascem em posições trocadas.
  • Atresia da válvula pulmonar: o bebê nasce sem a válvula pulmonar, responsável por levar sangue do coração até o pulmão.
  • Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo: a estrutura do lado do esquerdo não se desenvolve. É o lado esquerdo que bombeia sangue para o corpo.

Os casos são individualizados, dependendo da gravidade e do quadro geral da criança. No entanto, há medicações e procedimentos hemodinâmicos (cateterismo cardíaco) que podem ser aplicados para manter a vida da criança e estabilizá-la até a realização da cirurgia para corrigir a malformação.

Quais são as causas?

Não existe, até hoje, uma causa específica que possa explicar as cardiopatias congênitas. Na maioria dos casos, não há explicação. Por isso, quanto mais cedo se descobre a patologia, mais chances de vida terá o bebê. Por isso, a importância do pré-natal.

Dada a importância do teste do coraçãozinho, o dia 12 de junho foi instituído oficialmente em várias cidades brasileiras como o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita, data em que se pretende informar a população sobre esse grupo de doenças e enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento precoce.

Portanto, papai e mamãe, fiquem atentos e, caso o recém-nascido não tenha se submetido ao exame, cobrem das autoridades, porque o teste é realizado em todo o Sistema Único de Saúde (SUS).

Além do teste do coraçãozinho, um recém-nascido passa por vários outros exames logo após seu nascimento, como: teste do olhinho, teste do pezinho e o teste da orelhinha.

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