Teste da Orelhinha: o que é, para que serve e qual a importância?

O teste da orelhinha, também chamado de triagem auditiva neonatal, detecta se o recém-nascido tem algum problema de audição. Após o exame, é possível chegar a um diagnóstico e começar o tratamento das alterações auditivas de forma precoce.

Feito na maternidade, sob recomendação do Conselho Federal de Fonoaudiologia e outras entidades brasileiras, o teste é rápido, não provoca dor e não tem contraindicação, além de ser oferecido na rede pública de saúde (SUS).

Assim como a fala e a visão, a audição é parte essencial para o desenvolvimento cognitivo do bebê. Com o exame em mãos e caso seja diagnosticada alguma anomalia, ele deve ser encaminhado para avaliações mais profundas, com o acompanhamento de um otorrinolaringologista.

A partir da avaliação do especialista, é possível verificar se há perda auditiva e determinar o grau de severidade do problema.

Quais são os benefícios do teste da orelhinha?

Se diagnosticados precocemente, ou seja, até seis meses de vida, alterações, anomalias ou problemas auditivos podem ser tratados com bons resultados e até mesmo com uma vida livre de prejuízos – tanto sociais como cognitivos.

Diagnósticos mais tardios – aos três anos, por exemplo – mesmo sendo ainda na fase infantil, mostram perdas significativas na construção da linguagem e capacidade de comunicação.

Além da busca por qualidade de vida, entre os benefícios estão a garantia de que o recém-nascido com alterações auditivas, se bem assistido, terá as mesmas oportunidades e passe por intervenções, caso seja necessário. O ideal é que os pais e as autoridades de saúde se certifiquem que o bebê com perda auditiva terá os mesmos direitos que os outros bebês.

Como funciona o teste

O exame é simples e dura, em média, entre três a cinco minutos. Fones de ouvidos são colocados nas orelhinhas do bebê, que emitem estímulos sonoros que correspondem a respostas auditivas.

O especialista – geralmente o otorrinolaringologista – verifica movimentos como a contração e a distensão das células cocleares, que são responsáveis pela captação dos sons. O exame não provoca desconforto no bebê. A partir do teste, são observadas as alterações na cóclea e nas células ciliadas, responsáveis pela captação das ondas e vibrações sonoras.

Quais fatores podem alterar o teste da orelhinha?

Algumas síndromes como a de Waardenburg, Alport, Pendred ou bebês que tenham nascido com má formação de orelha ou ossos da face também podem ter os resultados do Teste da Orelhinha alterados.

Infecções como toxoplasmose, rubéola, HIV ou herpes durante a gravidez podem alterar o teste. Cabe ao especialista pedir mais testes a fundo. Outras doenças como sarampo, varicela, citomegalovírus e meningite podem alterar os resultados obtidos pelo teste da orelhinha.

E caso haja alguma anomalia?

Caso um problema auditivo for detectado no bebê, ele é encaminhado para um serviço de diagnóstico, onde serão realizados a avaliação otorrinolaringológica e exames complementares.

Uma vez confirmados o tipo e o grau da perda auditiva, o recém-nascido é encaminhado para um programa de intervenção precoce que orienta a família para se informar sobre a possibilidade de implantar um aparelho de amplificação ou implante coclear.

O tratamento também exige terapia com fonoaudiólogo, papel fundamental durante o processo de detecção, diagnóstico e intervenção precoce da perda auditiva.

O implante coclear

Os aparelhos auditivos são destinados a pessoas com níveis diferentes de perda de audição, mas, no caso de surdez profunda, são recomendados os implantes cocleares – aparelhos eletrônicos digitais de alta complexidade que podem restaurar a saúde auditiva em pacientes portadores de surdez severa a profunda.

A função do implante é se desviar das partes danificadas do ouvido e enviar informações sonoras diretamente ao nervo auditivo na forma de sinais elétricos (eletrodos colocados dentro da cóclea).

O implante coclear está disponível pelo SUS, mas o tempo de espera depende de cada caso e da fila nas cidades onde é ofertado. Crianças têm prioridade na solicitação.

Como é a cirurgia

A cirurgia é realizada sob anestesia geral. É feita uma pequena incisão por trás da orelha com acesso ao osso e até a cóclea para posicionar o implante. Cerca de um mês depois, o implante é ligado e o paciente começa a escutar. A taxa de complicações é extremamente baixa sob o acompanhamento de profissionais com treinamento.

Veja quais são os outros exames que um recém-nascido precisa fazer.

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