O bebê fica nove meses no aconchego do útero da mãe. Ao sair da barriga, podemos dizer que ele entra em outro mundo e fica exposto a micróbios e bactérias até então desconhecidos.
Por isso, ele precisa realizar uma série de exames. O objetivo é identificar alterações que indiquem a presença de doenças genéticas ou metabólicas, a exemplo de anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e tantas outras patologias.
Os testes também podem ajudar a identificar problemas de visão, audição e fala, como, por exemplo, ‘língua presa’. Abaixo, listamos os principais exames que o recém-nascido precisa fazer, logo na primeira semana de vida.
Teste do pezinho
É obrigatório e indicado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. Feito a partir de gotas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, o teste do pezinho serve para identificar doenças genéticas e metabólicas, como fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
Há ainda um exame mais detalhado – o teste do pezinho ampliado – quando o bebê é avaliado para outras doenças nos casos em que a mãe teve alguma alteração ou infecção durante a gestação. Este exame não é oferecido na rede pública, sendo feito somente nas clínicas particulares. Veja tudo que você precisa saber sobre o teste do pezinho.
Teste do olhinho
Conhecido como teste do reflexo vermelho, o teste do olhinho geralmente é oferecido gratuitamente pela maternidade ou nos postos de saúde e é feito para detectar problemas de visão, como estrabismo, catarata ou problemas mais graves, como glaucoma.
O próprio pediatra da maternidade é quem faz esse teste. Para que as doenças detectadas sejam reversíveis, esse exame precisa ser feito até 3 meses de vida do bebê.
Teste da orelhinha
A triagem auditiva neonatal também é feita na maternidade e oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sua função é identificar alterações auditivas no recém-nascido.
O teste é obrigatório e deve ser feito entre 24 a 48 horas de vida do bebê. O exame não causa dor ou desconforto no bebê e, na maior parte das vezes, é realizado durante o sono.
Veja tudo que você precisa saber sobre o teste da orelhinha.
Tipo sanguíneo
Esse teste identifica o tipo sanguíneo do bebê – A, B, AB ou O, negativo ou positivo. Feito a partir da retirada do sangue do cordão umbilical, é realizado assim que o bebê nasce.
A tipagem sanguínea permite o rastreamento do risco de incompatibilidade do sangue, caso a mãe, por exemplo, tenha RH negativo e o bebê tenha RH positivo ou se a mãe tem o sangue tipo O e o bebê tipo A ou B.
Entre os problemas, a incompatibilidade sanguínea pode provocar um quadro de icterícia neonatal, devido ao excesso de bilirrubina, que pode ser solucionado com banhos de luz (nos casos mais graves) ou com banhos de sol (casos menos graves).
Teste do coraçãozinho
Esse exame é obrigatório e gratuito, feito, assim como o teste da orelhinha, entre 24 e 48 horas após o nascimento do bebê. Ele permite medir os batimentos cardíacos do recém-nascido e a oxigenação do sangue com o auxílio de um oxímetro – muito utilizado ultimamente em casos de suspeita do novo coronavírus.
Para medir a oxigenação do sangue do recém-nascido, uma pulseirinha é colocada no pulso e no pé do bebê. Se for detectada alguma alteração, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma, exame que detecta problemas no coração do bebê.
Teste do quadril
É uma avaliação clínica na qual o pediatra observa as perninhas do bebê. Geralmente é feito na maternidade e na primeira consulta com o pediatra.
A função do exame é identificar alterações no desenvolvimento do quadril, que podem resultar posteriormente em dor, encurtamento do membro ou osteoartrose.
Teste da linguinha
É obrigatório, feito por um fonoaudiólogo que visa diagnosticar problemas como freio na língua de recém-nascidos – a língua presa, que tem o nome técnico de anquiloglossia.
Além de prejudicar a amamentação, essa condição pode comprometer o ator de engolir, mastigar e falar, daí a importância de ser detectado logo a patologia para que o médico indique um tratamento mais adequado.
Todos os testes citados acima são fundamentais para o crescimento saudável do bebê. Como a maioria deles é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não há motivos para não fazer o teste. Anotou tudo? Agora é colocar o planejamento em prática. Boa sorte!