Considerada uma condição rara e grave, a eclâmpsia causa convulsões durante a gravidez, mesmo no caso de mulheres que nunca tenham tido esse histórico.
A eclâmpsia ocorre quando a pressão arterial se eleva depois da 20ª semana de gravidez.
Geralmente, a condição desaparece 12 semanas após o parto ou mesmo antes desse prazo. Essa condição tem efeitos sobre a gestante e sobre o bebê. Explicaremos abaixo quais são.
Efeitos sobre o bebê
Quando a pressão arterial sobe e o fluxo de sangue é reduzido, isso pode levar o bebê a nascer com baixo peso ou outros problemas de saúde.
Além disso, problemas com a placenta muitas vezes podem antecipar o parto. Em casos raros, essas condições podem levar à morte do bebê.
Quais são as causas da eclâmpsia?
A causa da eclâmpsia é desconhecida. Há estudos que mostram que a pré-eclâmpsia (condição anterior à eclâmpsia) começa na placenta, órgão que nutre o feto durante a gravidez.
Ainda no início da gestação, os novos vasos sanguíneos que se desenvolvem, evoluem para enviar o sangue para a placenta. No caso da pré-eclâmpsia, esses vasos não se desenvolvem adequadamente, ficando mais estreitos do que os vasos sanguíneos, limitando a quantidade de sangue que pode fluir por meio delas.
As causas do desenvolvimento anormal podem incluir o fluxo sanguíneo insuficiente para o útero, problemas no sistema imunológico, danos aos vasos sanguíneos, determinados genes e distúrbios de pressão arterial elevada durante a gravidez.
E quais são os fatores de risco?
- Primeira gravidez
- Histórico familiar de eclâmpsia
- Gravidez múltipla
- Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos
- Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.
- Obesidade
- Doença renal
- Hipertensão
- Enxaqueca
- Diabetes tipo 1 ou 2
- Doença renal
- Tendência a desenvolver coágulos de sangue
- Doenças autoimunes como a artrite reumatoide e lúpus
Principais sintomas da eclâmpsia:
- Convulsões
- Perda de consciência
- Agitação
- Dores de cabeça ou musculares
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de eclâmpsia é baseado em alguns fatores relacionados à pré-eclâmpsia, como: histórico da doença, exames de pressão arterial, exames de sangue para determinar a contagem de plaquetas e o funcionamento do fígado e dos rins, exames de urina para identificar altos níveis de proteína, ultrassom com doppler para saber o estado geral do bebê e batimentos cardíacos do bebê.
Tratamento
Não há um tratamento específico para a eclâmpsia. A única forma de acabar com o problema é o parto. Por isso, muitas vezes o médico pode vir a antecipar o parto, caso a gravidez esteja entre a 32ª e a 36ª semanas.
O especialista pode levar em consideração o risco de vida da mulher e do bebê ou ainda caso a medicação utilizada – anticonvulsivantes e remédios para baixar a pressão arterial – não funcione.
Na maioria dos casos, a gestante precisa ser hospitalizada. Após a internação, o bebê é monitorado, assim como o volume do líquido amniótico e os vasos sanguíneos da mulher e do feto.
Tanto a falta de líquido amniótico como falhas no fornecimento de sangue para o bebê são sinais de que algo está errado.
Parto prematuro
Caso o diagnóstico seja feito no fim da gravidez, é recomendável a indução do trabalho de parto. As condições do colo uterino – se está começando a abrir (dilatar), afinar e suavizar (amadurecer) – também podem ser fatores para determinar quando o trabalho será induzido.
Nos casos mais graves, o médico pode também agendar a cesárea. Se for necessário, a gestante pode receber sulfato de magnésio via intravenosa para evitar novas convulsões.
Depois do parto
A pressão arterial retorna ao normal em até 12 semanas após o parto. Algumas pacientes precisam de medicação posterior, para aliviar as dores após o parto.
O quadro de eclâmpsia também pode exigir que a mulher fique mais tempo internada depois de dar à luz. A boa notícia é que na maioria das vezes a doença não aumenta o risco de pressão alta no futuro.
Estilo de vida
A mudança do estilo de vida é fundamental para gestantes hipertensas ou com risco de hipertensão. Consumir pouco sal, manter o peso, dormir adequadamente e fazer atividades físicas regulares são alguns dos fatores que podem evitar a pressão arterial alta e, consequentemente, eclâmpsia.
Agora que você já conhece como a doença se instala, cuide-se! Saúde é tudo, especialmente quando envolve outro ser humano. Boa sorte!