Essa patologia é caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue durante a gravidez. Assim se configura o diabetes gestacional, problema comum entre as gestantes, que pode gerar outras complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.
Além dos altos níveis de açúcar no sangue, a mulher com diabetes gestacional geralmente entra em trabalho de parto prematuramente.
Como ocorre o diabetes gestacional?
Ao comermos, o sistema digestivo transforma grande parte da comida em açúcar. A glicose entra na corrente sanguínea e as células se utilizam desse açúcar como combustível. Com a ajuda de um hormônio produzido pelo pâncreas – a insulina – gordura, músculos e outras células absorvem a glicose do sangue.
O problema é que se o corpo não produz insulina em quantidade suficiente ou se as células não conseguem responder a ela, parte da glicose permanece no sangue em vez de se transformar nas células e ser convertida em energia.
Resultado: o corpo precisa de insulina extra para processar o excesso de glicose no sangue. Além disso, o pâncreas nem sempre consegue acompanhar o aumento da demanda por insulina durante a gestação, o que leva os níveis de açúcar no sangue a subir muito, porque as células não estão usando toda a glicose. Isso se traduz na diabetes gestacional.
Quais são os principais sintomas?
Grande parte das mulheres diagnosticadas com diabetes gestacional não apresenta sintomas. O médico geralmente solicita um exame específico de rastreamento para diabetes entre a 24ª e a 28ª semana de gravidez. Se a mulher apresentar algum fator de risco para diabetes, ele mesmo vai recomendar que o teste seja feito antes desse período.
Como é o exame para a detecção do diabetes gestacional?
O exame mais comum para detectar a doença é o teste de rastreamento de glicose. Ele é feito oralmente. O exame mede a eficiência com que o corpo produz insulina. A paciente bebe um líquido doce e, uma hora depois, ela faz um exame de sangue para verificar os níveis de glicose.
Caso o exame resulte em níveis muito altos de açúcar no sangue, um novo teste – mais longo – o de tolerância oral à glicose – deve ser solicitado pelo médico. Entre as prescrições, a paciente precisa jejuar antes de receber o líquido doce para beber.
O sangue, em jejum, será testado e, novamente, após uma, duas e três horas. Se o resultado der novamente positivo duas vezes, a paciente será diagnosticada com diabetes gestacional.
E os fatores de risco para a doença?
Qualquer gestante pode desenvolver diabetes gestacional, apresentando ou não fatores de risco. Entre os fatores de risco mais comuns estão:
- Idade superior a 25 anos
- Ter síndrome do ovário policístico
- Ter um parente próximo com diabetes
- Estar acima do peso ou com IMC superior a 30
- Já ter sido diagnosticada com diabetes gestacional anterior
- Tomar determinados medicamentos (para asma ou doenças auto-imunes), betabloqueadores (para pressão alta) e antipsicóticos (para saúde mental)
Além desses fatores acima, ter uma dieta balanceada e fazer exercícios regularmente pode reduzir a probabilidade de desenvolver a doença.
Mas quais são as consequências do diabetes gestacional?
Há algumas complicações que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê. Como correm risco de nascer prematuros, os bebês podem exigir cuidados extras após o nascimento. Há também um maior risco de a mulher desenvolver hipertensão ou pré-eclâmpsia.
O bebê tem mais probabilidade de ser maior que a média (macrossomia), além de correr o risco de ficar preso no canal do parte durante o nascimento (distocia do ombro), podendo causar lesões nos nervos do pescoço e do ombro. Pelo tamanho, esses bebês tendem a nascer por cesariana.
Ele ainda pode apresentar baixo nível de açúcar no sangue – hipoglicemia – e dificuldade para respirar.
O diabetes gestacional geralmente não é permanente. Assim que o bebê nasce, o açúcar no sangue da mãe provavelmente volta ao normal. Ainda assim, a mulher deve ficar atenta, já que a doença torna mais provável o desenvolvimento de diabetes no futuro.
E qual é o tratamento?
O tratamento se baseia na combinação entre dieta equilibrada e um plano de exercícios. Um cardápio com grãos, proteínas magras, vegetais e outros alimentos saudáveis liberam o açúcar lentamente.
Algumas gestantes diagnosticadas podem vir a tomar medicamentos específicos (anti-hiperglicêmicos) para equilibrar o açúcar no sangue. Outras precisam de injeções de insulina (até três injeções por dia). Elas podem ser aplicadas pela própria paciente.
Enfim, o diabetes gestacional é uma doença séria, mas se a mulher levar a sério a prescrição da dieta, o monitoramento dos níveis de sangue e a prática de exercícios, o bebê pode nascer saudável e sem complicações.