Não é incomum ouvir de alguma mulher com filhos que ela já teve descolamento de placenta. Também chamado de descolamento prematuro de placenta, é um problema grave e pode ocorrer em diversos níveis.
Há casos em que a placenta se separa parcialmente do útero; em outros se descola completamente. Ambas as situações podem ocorrer antes ou durante o parto.
Existem ainda casos em que o sangramento vaginal não é verificado, pois ele pode ser oculto, ou seja, ficar retido entre a placenta e o útero. E se o descolamento for pequeno, ou parcial, pode não causar sintomas.
O diagnóstico do descolamento da placenta é feito pelo obstetra, a partir da história clínica e de um exame físico, além da realização do ultrassom, que poderá detectar hematomas, coágulos, a intensidade do sangramento e diferenciar de outras doenças que podem confundir, como o descolamento ovular.
Descolamento ovular
Outra situação ocorre no início da gravidez – o descolamento ovular, que apresenta sintomas similares ao descolamento da placenta. No ovular, há o acúmulo de sangue entre a placenta e o útero, devido ao desprendimento do óvulo fecundado da parede do útero.
Essa situação geralmente é identificada a partir de um ultrassom abdominal, caso seja verificado um sangramento excessivo e cólicas.
Quais são os sinais de descolamento da placenta?
Caso tenha algum desses sintomas, procure seu médico imediatamente.
- Cólicas, dores abdominais, nas costas e sensibilidade pélvica
- Sangramento vaginal
- Contrações frequentes ou intermináveis
- Pouca movimentação do bebê
Quais são as principais consequências do descolamento da placenta?
Uma das graves consequências do descolamento da placenta é privar o bebê de oxigênio e nutrientes, além da possibilidade de causar um sangramento perigoso tanto para a gestante quanto para o feto.
O descolamento, mais comum no terceiro trimestre, também aumenta o risco de o bebê ter problemas de crescimento, nascer prematuro ou morrer. O problema pode ocorrer também após 20 semanas de gestação.
O descolamento da placenta é mais comum em quem:
- Teve um descolamento em gravidez anterior ou anteriores
- Tem distúrbios de coagulação de sangue
- Tem excesso de líquido amniótico
- Tem hipertensão crônica, hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia
- Teve sangramento no início da gestação
- Romper a bolsa antes de 37 semanas
- Será mãe de múltiplos
- Fuma tabaco, usa metanfetaminas ou cocaína, bebe álcool em excesso
- Teve muitos bebês ou é mais velha (o risco aumenta gradualmente com a idade)
- Se envolver em acidente, ser agredida com golpes no abdômen ou tiver traumas no abdômen durante a gravidez
- Ter miomas ou alguma anormalidade
Como é o tratamento?
Após o diagnóstico, caso a gestante seja internada por um tempo, ela deve permanecer em repouso, com uso de oxigênio e controle da pressão arterial e da frequência cardíaca. Além disso, é preciso monitorar o sangramento e fazer exames de sangue.
Os casos são individualizados. Para tratar o descolamento da placenta, o médico deve fazer uma anamnese profunda na paciente, analisando em que semana de gestação a grávida está, além de seu estado geral e do bebê.
Quando o feto está com mais de 34 semanas, o especialista recomenda que o parto seja antecipado. Se o descolamento é inicial, o parto pode ser normal. Caso o descolamento seja considerado grave, a única opção é a cesariana.
Já nos casos em que o bebê ainda não atingiu 34 semanas, é preciso fazer um monitoramento constante até que o sangramento cesse. Além disso, os sinais vitais do bebê precisam estar estabilizados.
Geralmente, o obstetra opta por medicamentos específicos para diminuir as contrações do útero e a futura mamãe consiga levar a gravidez até o final. A paciente também pode receber corticosteroides para acelerar o desenvolvimento dos pulmões do bebê.
Outras orientações
Se o sangramento estancar e mãe e bebê estiverem bem, é possível que o obstetra prefira dar alta à paciente. Mas, para isso, alguns cuidados precisam ser levados em consideração. São eles:
- Beba pelo menos 2 litros de água por dia.
- Evite ficar mais de duas horas de pé, dando preferência a ficar sentada ou deitada, com as pernas ligeiramente elevadas.
- Não faça qualquer tipo de esforço excessivo, como limpar a casa ou cuidar dos filhos.
Os obstetras sempre reforçam o alerta para a importância do acompanhamento médico, especialmente para mulheres que já vivenciaram experiências similares.
A paciente com histórico de descolamento de placenta deve ser monitorada por um especialista em gravidez de alto risco para minimizar riscos de acontecer de novo.
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