Quando Procurar o Médico: Caxumba em Crianças

A caxumba é uma doença infecciosa viral e contagiosa, causada pelo vírus da parotidite. Na maioria dos casos, a doença provoca o inchaço indolor de uma ou ambas as glândulas salivares, situadas nos lados do rosto, logo abaixo e à frente das orelhas. Essa característica deu origem ao nome popular da doença: caxumba. Geralmente, a caxumba é mais comum em crianças e em alguns casos pode afetar adolescentes ou adultos que não tenham sido vacinados ou que não tenham desenvolvido imunidade previamente.

Um ponto relevante é que a caxumba era bastante comum antes da introdução da vacina MMR (sarampo, caxumba e rubéola), que reduziu significativamente o número de casos em todo o mundo. No Brasil, a vacinação é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as crianças. No entanto, surtos ainda podem ocorrer, especialmente em ambientes fechados, como escolas e creches, onde as crianças têm contato próximo umas com as outras.

Os primeiros sintomas da caxumba podem ser facilmente confundidos com os de uma gripe comum, e somente após alguns dias é que o inchaço característico aparece. Por se tratar de uma doença viral, a caxumba não tem tratamento específico, sendo que a maioria dos pacientes se recupera completamente após algumas semanas. No entanto, a doença pode provocar complicações, algumas das quais graves, tornando fundamental a atenção dos pais e responsáveis para os sinais e sintomas da doença.

Este artigo tem como objetivo ajudar os responsáveis a identificarem os sinais e sintomas iniciais da caxumba em crianças, entender quando é necessário procurar um médico, conhecer as opções de tratamento disponíveis e as medidas preventivas contra a doença. Além disso, será abordada a importância do acompanhamento médico para assegurar uma recuperação sem sequelas ou complicações graves.

Sinais e sintomas iniciais da caxumba em crianças

A caxumba inicia-se, geralmente, com sintomas muito similares aos de outras doenças respiratórias. Febre, mal-estar, dor de cabeça e perda de apetite são alguns dos primeiros indícios que podem sugerir a doença. Em crianças, estes sintomas podem não ser tão evidentes, ou podem ser confundidos com outras viroses common.

Após o aparecimento dos sintomas iniciais, o sinal clássico da caxumba começa a se manifestar: o inchaço das glândulas salivares. Ele pode ocorrer de um lado só (unilateral) ou dos dois lados (bilateral) e geralmente não é acompanhado de dor. Em alguns casos, pode haver sensibilidade no local ao toque ou ao movimentar a cabeça.

Sintoma Frequência Observação
Febre Comum Pode variar de leve a alta
Mal-estar Comum Sensação de fraqueza
Dor de cabeça Variável Intensidade pode oscilar
Perda de apetite Comum Desinteresse por alimentos
Inchaço das glândulas salivares Característico Sinal mais distintivo da caxumba

Mesmo que a criança apresente sintomas leves, é importante observar a evolução e buscar atendimento médico caso haja o inchaço das glândulas salivares ou outros sinais preocupantes.

Sinais de alerta e quando procurar o médico

Existem alguns sinais de alerta que devem motivar os pais ou responsáveis a procurarem assistência médica imediatamente. Se uma criança apresentar algum dos seguintes sintomas, é recomendado entrar em contato com um profissional de saúde ou dirigir-se a um serviço de emergência:

  • Dor e inchaço testicular em meninos, o que pode ser indicativo de orquite, uma complicação potencial da caxumba que pode afetar a fertilidade futuramente.
  • Dor abdominal intensa, que pode sinalizar pancreatite ou apendicite.
  • Confusão mental, sonolência ou dificuldade para acordar, indicativos de complicação neurológica como meningite ou encefalite.
  • Dificuldade para comer ou beber, decorrente do inchaço das glândulas ou dor.
  • Desidratação, indicada por lábios secos, pouca urina ou choro sem lágrimas.
Sintoma Quando procurar ajuda
Dor e inchaço testicular Imediatamente
Dor abdominal intensa Imediatamente
Confusão mental Imediatamente
Dificuldade para comer ou beber Se persistente ou agravar
Desidratação Se sinais leves não melhorarem rapidamente

Ao procurar atendimento médico, é importante relatar todos os sintomas que a criança apresentou, além do histórico de vacinação e a possibilidade de contato com outras pessoas infectadas.

Diagnóstico da caxumba: O que esperar da consulta

Durante a consulta médica, o profissional de saúde fará uma série de perguntas e um exame físico detalhado. Esta avaliação é fundamental para confirmar o diagnóstico de caxumba e excluir outras doenças com sintomas semelhantes. Entre as questões abordadas, estarão o histórico de vacinação da criança, a cronologia e intensidade dos sintomas, bem como a existência de contato próximo com pessoas sabidamente infectadas.

Em alguns casos, podem ser necessários exames complementares, como exames de sangue ou urina, para confirmar a infecção pelo vírus da parotidite. No entanto, muitas vezes o diagnóstico é clínico, baseado apenas nos sinais e sintomas apresentados.

O médico também irá verificar a presença de complicações e avaliar a saúde geral da criança para indicar o tratamento mais adequado. Em situações em que há suspeita de complicações, pode ser necessário realizar exames de imagem, como ultrassonografias ou ressonância magnética.

Opções de tratamento disponíveis

O tratamento da caxumba é basicamente de suporte, pois não existe uma terapia antiviral específica para a doença. O objetivo é aliviar os sintomas e garantir o conforto da criança durante o período de recuperação. Abaixo, encontre algumas medidas que podem ser adotadas em casa, sob orientação médica:

  • Administrar analgésicos e antitérmicos recomendados pelo médico para aliviar a dor e a febre.
  • Oferecer líquidos em abundância para manter a hidratação, principalmente se houver febre ou dificuldade para comer.
  • Proporcionar uma alimentação leve e de fácil digestão, evitando alimentos ácidos ou muito condimentados que possam irritar as glândulas inchadas.

É importante evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica, principalmente aspirina em crianças, devido ao risco de síndrome de Reye, uma condição rara mas grave que pode afetar o cérebro e o fígado.

Em raras ocasiões, se houver complicações, o tratamento pode requerer hospitalização para administração de medicamentos intravenosos, acompanhamento mais próximo ou procedimentos específicos.

Prevenção de complicações graves

Para prevenir complicações graves, algumas medidas podem ser tomadas:

  • Manter a carteira de vacinação da criança atualizada, incluindo a vacina MMR que protege contra a caxumba.
  • Evitar o contato da criança com pessoas infectadas, especialmente se o indivíduo não estiver vacinado ou tiver complicações de saúde.
  • Manter bons hábitos de higiene, como lavar as mãos frequentemente e usar lenços ao tossir ou espirrar, para reduzir a propagação do vírus.

Essas ações são simples e eficazes e desempenham um papel crucial na prevenção da disseminação da caxumba e na proteção contra seus efeitos adversos.

Importância do acompanhamento médico durante a recuperação

O acompanhamento médico é essencial para assegurar que a recuperação da caxumba ocorra de maneira adequada e para identificar precocemente qualquer sinal de complicação. Durante esse período, o médico pode solicitar exames de acompanhamento e reajustar o tratamento conforme necessário.

A observação atenta dos pais ou responsáveis é também uma parte valiosa do acompanhamento. Eles devem ficar atentos a qualquer mudança no estado de saúde da criança e comunicá-las ao médico. Além disso, o repouso adequado e a manutenção da nutrição e hidratação são partes integrantes da recuperação.

Os pais devem também estar cientes de que uma criança com caxumba deve ficar em casa e evitar o contato com outras pessoas durante o período contagioso da doença, geralmente por cerca de 9 dias após o início do inchaço das glândulas.

Conclusão

A caxumba é uma doença contagiosa que pode ser grave, mas é largamente prevenível pela vacinação. Os pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais e sintomas iniciais e não hesitar em procurar atendimento médico se houver preocupação. Embora o tratamento seja de suporte, a atenção aos cuidados indicados pode aliviar o desconforto e prevenir complicações.

Recapitulação

Ao longo deste artigo, discutimos os aspectos essenciais que envolvem a caxumba em crianças, como os sinais e sintomas iniciais, sinais de alerta, o que esperar durante a consulta médica, as opções de tratamento e as ações preventivas contra complicações graves. Também enfatizamos a importância do acompanhamento médico ao longo da doença.

FAQ

  1. O que é caxumba?
    A caxumba é uma doença viral contagiosa que geralmente causa inchaço nas glândulas salivares.
  2. Quais são os sinais iniciais da caxumba em crianças?
    Febre, mal-estar, dor de cabeça e perda de apetite, seguidos pelo inchaço das glândulas salivares.
  3. Quando devo procurar o médico se suspeitar de caxumba?
    Sempre que houver sinais de alerta, como dor e inchaço testicular, dor abdominal intensa, confusão mental ou sintomas que piorem rapidamente.
  4. A caxumba pode causar complicações?
    Sim, entre as complicações estão orquite, pancreatite, meningite e encefalite.
  5. Quando é contagiosa a caxumba?
    A pessoa com caxumba pode transmitir o vírus desde alguns dias antes até cerca de 9 dias após o aparecimento do inchaço.
  6. Como é feito o diagnóstico da caxumba?
    Geralmente é clínico, baseado nos sinais e sintomas, podendo ser complementado por exames de sangue ou urina.
  7. Qual é o tratamento para a caxumba?
    O tratamento é de suporte, com analgésicos e antitérmicos, hidratação e repouso.
  8. Como posso prevenir a caxumba?
    A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção, bem como evitar contato com pessoas infectadas e manter bons hábitos de higiene.

Referências

  1. Ministério da Saúde do Brasil. (2021). “Caxumba.” Disponível em: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/caxumba
  2. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2022). “Mumps.” Disponível em: https://www.cdc.gov/mumps
  3. Organização Mundial da Saúde (OMS). “Mumps virus vaccines.” The Weekly Epidemiological Record (WER). Disponível em: https://www.who.int/publications/journals/weekly-epidemiological-record

Artigos Relacionados

Comments

Stay Connected

spot_img

Últimos Artigos