Derivada do grego eklampsis – eclâmpsia significa explosão ou brilho. No caso das gestantes, a eclâmpsia pode ser designada como uma série de convulsões na gravidez decorrentes da hipertensão arterial.
Geralmente, a pré-eclâmpsia ocorre depois da 20ª semana de gestação. Nas formas mais graves, são registradas alterações sanguíneas, a exemplo da destruição de hemácias e plaquetas. Além disso, podem ocorrer insuficiências renal e hepática.
O que ocorre na pré-eclâmpsia?
Ao engravidar, a pressão arterial da mulher, que era normal, começa a subir. Ao subir muito, ela começa a ter convulsões e é aí que está o perigo. O fluxo de sangue que vai para o cérebro diminui e pode levar à morte. Atualmente, a eclâmpsia é a principal causa de morte materna no Brasil.
A pré-eclâmpsia é um quadro que antecede a eclâmpsia. Reúne três situações: hipertensão, edema (inchaço) e proteinúria (excesso de proteína na urina).
Quais são os sintomas?
Como a pré-eclâmpsia precede a eclâmpsia, talvez a gestante possa apresentar sintomas das duas condições. Em comum, o médico, durante as consultas de pré-natal, sempre medirá a pressão arterial para verificar se há algum sinal da doença. Entres os mais comuns da pré-eclâmpsia, estão:
- Pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg)
- Inchaço nas pernas, mãos e rosto
- Ganho de peso excessivo (retenção de líquido)
- Náuseas e vômitos
- Dificuldade para respirar
- Dores de cabeça
- Alterações na visão (visão turva, escura, perda visual ou enxergar pontos brilhantes)
- Pouca urina
- Dor abdominal, principalmente do lado direito, na porção mais superior do abdômen
Já os principais sintomas da eclâmpsia são:
- Convulsões
- Perda da consciência
- Agitação
O que distingue a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia?
Para diagnosticar a eclâmpsia, a paciente com pré-eclâmpsia precisa sofrer uma convulsão ou entrar diretamente em coma. É importante acrescentar que ela deve ter uma história prévia de hipertensão e edema.
Caso a gestante chegue desacordada ao hospital, com quadro de convulsão em casa, além de hipertensão e inchaço, a solução é retirar a criança naquele momento.
Principais causas da pré-eclâmpsia
As causas da pré-eclâmpsia ainda são indefinidas, mas especialistas acreditam que seja a implantação deficiente da placenta, que pode resultar em má perfusão placentária (determinante do fluxo sanguíneo uterino), prejudicando o crescimento fetal.
Fatores de risco
- Primigesta, ou seja, mulher que está na primeira gravidez
- Mulheres abaixo de 18 anos
- Mulheres acima de 35 anos
- Sobrepeso antes e durante a gravidez
- Fatores genéticos
Como evitar
Embora a pré-eclâmpsia somente se manifeste após a 20ª semana de gravidez, a doença provavelmente começa quando a placenta se implanta no útero, o que ocorre no início da gestação.
Ao fazer o exame de ultrassom da translucência nucal, durante a 11ª e a 14ª semana de gravidez, o especialista pode utilizar o teste para avaliar a implantação da placenta. Ele deve, então, solicitar o exame de dopplervelocimetria.
Por meio desse exame, é possível avaliar o fluxo de sangue para o útero, determinando qual é o risco para desenvolver pré-eclâmpsia na gestação. O tratamento é feito com aspirina, antes de 16 semanas de gestação.
O medicamento pode reduzir a chance de pré-eclâmpsia, especialmente das formas graves. Portanto, é importante fazer o rastreamento precoce e iniciar o uso da aspirina imediatamente, antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
Cuidados necessários
A mulher diagnosticada com pré-eclâmpsia deve ficar em repouso, com controle assíduo da pressão. Outro cuidado é uma dieta com pouco sal. Caso o quadro seja leve, essas medidas podem reverter o quadro.
Nos casos mais graves, quando a pressão mínima da gestante chegar a 11 de pressão mínima, ela deve ser internada e tomar uma medicação hipotensora. Nesse caso, são observados dados como: os níveis de proteína na urina, o tempo de coagulação do sangue, o número de plaquetas, as enzimas hepáticas e se as hemácias dentro do vaso estão sendo lesadas (hemólise microangiopática).
E como deve ser tratada?
Não existe um tratamento eficaz para a pré-eclâmpsia. A pressão alta é tratada com anti-hipertensivos. O que ocorre é que o parto é a única forma de acabar com esse quadro, ou seja, com a retirada da placenta.
Enquanto a placenta permanecer no organismo da mãe, a tendência é de piora do estado de saúde dela. Por isso, alguns médicos acabam por antecipar o parto para não ocorrer complicações piores.
Como se vê, o quadro de pré-eclâmpsia é muito sério, podendo incorrer na perda da mãe, do bebê ou dos dois juntos.