Depressão Pós-Parto Paterna: Pais Também Podem Ela ambém atinge os pais

Poucas pessoas já ouviram falar na depressão pós-parto paterna (DPPP), problema que afeta parte dos pais, muitas vezes com sintomas mascarados ou confundidos com outras patologias.

Mais comum entre mulheres, a depressão pós-parto nos homens pode ser atrelada a transtornos de ansiedade e sintomas depressivos. O pai acaba por não conseguir dar suporte à esposa e ao filho, entrando em um quadro de angústia profunda.

E, se antigamente o papel do pai era mais disciplinador e coadjuvante ao da mãe, nos últimos anos ele tornou-se figura fundamental na criação dos filhos. Talvez, por isso, ele ainda tenha reflexos de seus antecessores, que antes apenas proviam os filhos financeiramente, e sofra a pressão de não saber lidar com uma situação.

Para lidar com o problema, vamos explicar o que exatamente é a DPPP, suas implicações e soluções.

A DPPP é comum?

Geralmente, a depressão pós-parto paterna afeta um em cada 10 pais, com alto índice de probabilidade no primeiro ano de vida dos filhos. Pais mais jovens têm mais possibilidade de desenvolver a doença, assim como o fato de a mulher também apresentar o mesmo quadro. Mas saiba que os sintomas variam de um pai para outro. Abaixo mostramos quais são os mais e menos comuns.

Quais são os principais sintomas?

 Sintomas mais comuns

  • Menor socialização
  • Problemas no sono
  • Afastamento dos amigos
  • Falta de interesse sexual
  • Dores sem explicação
  • Ansiedade ou preocupação
  • Perda de apetite
  • Mau desempenho no trabalho
  • Falta de energia
  • Sentimentos de baixa auto-estima e desamparo

Sintomas menos comuns

  • Exaustão provocada pela falta de sono e pelos apelos do bebê
  • Ansiedade por perturbação anterior
  • Estresse pelo pouco tempo que fica em casa
  • Receio de prejudicar a relação conjugal em decorrência da chegada do bebê
  • Luta interna devido a comportamentos tradicionais interiorizados
  • Desequilíbrio entre relação profissional e familiar

Como posso me cuidar?

Um dos primeiros passos é tentar entender como a depressão afeta seus sentimentos como pai e, como tal, saber como você é importante na vida do seu filho. Embora seu bebê ainda não tenha muitas maneiras de demonstrar isso, nas pequenas coisas do dia a dia você vai começar a desenvolver um relacionamento com ele e ajudá-lo a crescer.

Curta o contato pele a pele com ele, dando banho, trocando fralda e interagindo o máximo que você conseguir.

Mantenha-se ativo

Mas tenha consciência de que para cuidar bem de outro ser, você primeiramente precisa cuidar bem de si próprio. Alimente-se saudavelmente e mantenha-se ativo. É, sem dúvida, um dos primeiros passos para que você comece a melhorar.

Leve o bebê para passear no carrinho ao ar livre. Uma caminhada em dupla fará muito bem a ele e a você também, no sentido de fortalecer os laços de carinho.

Fique atento para que você não caia em armadilhas como sair com os amigos e afundar-se em bebedeiras ou mergulhar-se no trabalho, como uma forma de fuga.

Procure um grupo de apoio

Conhecer outros pais, trocar experiências e fazer amizades. Que tal se você ingressar em uma aula coletiva – seja de natação ou de recreação, atividades em que pais e bebês interajam?

Caso você e sua esposa tenham o mesmo problema – depressão pós-parto – lembre-se que vocês não estão sozinhos e podem se ajudar, participando de grupos de casais ou terapia de família.

Grupos de apoio com participantes que apresentam as mesmas deficiências são bons para dividir as aflições e reduzir os sintomas da depressão.

Tente atividades criativas

Pintar, escrever, desenhar. Você gosta de artes? Já tem o hábito de fazer alguma dessas atividades? Mesmo que não tenha o hábito, ingresse em uma dessas aventuras lúdicas. Vai sentir uma sensação de leveza sem fim.

Reserve um momento do dia para desenvolver essa habilidade e, mesmo que não queira mostrar a ninguém nenhuma de suas criações, guarde suas obras e compare-as ao longo do tempo. Tenho certeza de que será uma surpresa agradável.

Durma o suficiente

Mesmo que o bebê esteja ainda pequeno, estabeleça esquemas de rodízio com sua esposa para que ambos tentem, minimamente, dormir algumas horas de sono de qualidade.

Quando o bebê tiver seis meses, provavelmente ele estará dormindo mais horas de uma vez só, o que contribuirá para que você comece a restaurar os padrões normais de sono.

Diante do que foi exposto acima, a depressão pós-parto paterna precisa ser enfrentada de forma consciente e madura. Seguindo um tratamento adequado, é possível reverter a situação e levar uma vida tranquila e feliz ao lado da família. Boa sorte!

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