Susto e inaptidão. Quando os pais são pegos de surpresa com o engasgo do bebê, na maioria das vezes não sabem como agir. O que é totalmente normal, já que ninguém imagina que isso vá ocorrer.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), morrem acidentalmente todos os anos cerca de 800 crianças no Brasil por asfixia por objetos ou alimentos. Os dados são de 2016. Nos Estados Unidos, foram registrados 2.103 óbitos infantis por obstrução das vias aéreas de corpo estranho entre 1999 e 2013.
O assunto é sério e exige atenção dos pais e das autoridades. Por isso, fizemos abaixo um passo-a-passo do que pode ser feito em um momento como este. Veja:
Aprenda a desengasgar o bebê
No momento em que perceber que a criança engasgou, fique calmo (a). Ficar nervoso (a) não ajuda, aliás, só atrapalha. Respire e siga. Vire o bebê de bruços com a cabeça mais baixa do que o quadril. Apoie-o nos braços para que ele fique seguro.
Ponha os dedos de uma das mãos apoiados entre as bochechas do bebê e dê alguns tapas relativamente fortes na região das costas, entre os ossos da costela. Geralmente, o “corpo estranho” é expelido.
E se isso não ocorrer?
Caso o corpo estranho não for expelido, vire o bebê de barriga para cima e, com os dois maiores dedos da mão, aperte o diafragma (na altura do estômago) umas cinco vezes. O bebê vai demonstrar alguma reação e, provavelmente, o objeto será expulso.
Aprenda a desengasgar a criança
No caso das crianças, a posição é outra. Abrace-a por trás, com uma das mãos com punho fechado (como se fizesse menção a dar um soco) e a outra sobre ela, comprimindo a região abaixo das costelas, fazendo movimentos para cima, até que o objeto seja deslocado da via aérea para a boca. Em seguida, o objeto é jogado para fora e a criança tem os reflexos de volta, assim como a respiração.
Em quais casos os pais devem se encaminhar para um pronto-socorro?
Ao observar que as tentativas de desengasgar o bebê ou a criança não estão surtindo efeito, o ideal é se encaminhar imediatamente ao pronto-socorro.
A traqueostomia – um pequeno furo feito na região do pomo de adão – é um dos recursos a serem utilizados nesse caso para que o ar entre, findando o sufocamento.
Mesmo nos casos em que o engasgo é resolvido, é recomendável levar o bebê ou a criança ao pronto-socorro para verificar se não houve nenhuma lesão na região da garganta.
Quais são os erros mais comuns nesses casos?
Na ânsia de socorrer o bebê ou a criança, dependendo da manobra que é feita, há possibilidade de o quadro piorar. Por isso, fique atento aos erros cometidos nessas circunstâncias, para não cometê-los. Vamos a eles:
Colocar a criança de ponta-cabeça e sacudir para o objeto sair
Isso só vai assustá-la. Realmente há algum sentido em virar a criança de cabeça para baixo, já que a ação da gravidade ajuda a pôr fim no engasgo. No entanto, não é necessário. Basta debruçar o tronco da criança para baixo e fazer, com as mãos, um movimento em forma de concha, dando leves batidas nas costas. Com o aumento da pressão no tórax, o alimento ou objeto tende a ser expulso.
Colocar o dedo na garganta da criança para “puxar o objeto”
Ao se deparar com essa situação, há risco de que a criança perca o controle e fique nervosa. Sendo assim, é perigoso que o objeto seja empurrado mais ainda para dentro. O correto é fazer isso somente se houver certeza de que o objeto será puxado para fora.
Abraçar a criança por trás, com pressão sob o estômago
Esse abraço é indicado para crianças maiores. Nas menores, é difícil achar uma posição para fazer a pressão de maneira correta.
Dar água para o bebê ou criança
Usar líquidos, fazendo o bebê ou criança tomar água não é recomendado, a não ser que ele (a) esteja entalado. Se houver sufocamento, os líquidos podem causar um outro problema: é que o alimento ou objeto pode ir para o pulmão, gerando lesões ou algo mais sério.
E aí, prestou atenção nas dicas? Está pronto (a) para fazer um salvamento de última hora? Boa sorte!