Esperar pelo menos dois anos após um parto e seis meses depois de um aborto espontâneo ou induzido. Esta é a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a mulher que deseja engravidar novamente.
Se você teve uma ou mais perdas gestacionais, o mais indicado é marcar uma consulta com seu médico de confiança e fazer o relato desses abortos, se houve curetagem ou não, a fase da gestação etc. Ele será capaz de dizer – a partir da anamnese – qual é o momento certo para novas tentativas.
Esse período de espera pode mudar, dependendo do estado geral da mulher, do tipo e motivo do aborto. No caso de abortos espontâneos sem complexidade, os médicos recomendam pelo menos que a menstruação retorne novamente (não é o sangramento que ocorre dias após a perda) e que o corpo “compreenda” o que está ocorrendo.
O que ocorre após um aborto?
Geralmente, a próxima menstruação retorna dentro de um período de quatro a seis semanas após a perda gestacional. Caso o aborto tenha sido o primeiro e sem intercorrências, não é necessário nenhuma investigação, motivo pelo qual o médico libere a paciente para tentar engravidar após a primeira menstruação. Isso varia de especialista para especialista.
Alguns profissionais, no entanto, optam por ter mais cautela e recomendam que a paciente espere mais um ciclo menstrual até que possa reiniciar as tentativas.
Se o aborto tiver ocorrido com a gravidez avançada – no segundo semestre – o prazo de espera pode se prolongar. Caso o problema seja uma infecção, por exemplo, é preciso que novos exames sejam feitos antes da próxima tentativa.
Principais causas da perda gestacional
Aborto antes das 12 semanas:
- Trombofilia
- Imunológica
- Doenças crônicas (mau controle da diabetes, hipotireoidismo)
- Genética
- Doenças infecciosas
Aborto após as 12 semanas:
- Alteração anatômica do útero (útero bicorno, septo uterino)
- Alteração da cavidade endometrial (mioma submucoso)
- Incompetência istmo cervical
É importante ficar saudável
Considerada uma longa espera por futuras mamães, esse tempo antes da próxima tentativa para engravidar é de fundamental importância, tanto para a mulher quanto para o bebê. Também é uma ótima oportunidade para você ter certeza de que superou a perda física e emocionalmente.
Aproveite para ficar o mais saudável possível. Faça exercícios, mantenha uma dieta equilibrada e pare com os maus hábitos, como fumar e beber em excesso.
Use ácido fólico
Especialistas indicam o uso de ácido fólico três meses antes da gravidez. Conhecido como folato, metilfolato ou vitamina B9, o ácido fólico é uma vitamina do complexo B, solúvel em água e presente em diversos itens da dieta diária.
Importante para numerosas funções do corpo, como a síntese e reparação do DNA, divisão e crescimento celular, produção de novas proteínas e formação de hemácias, o ácido fólico contribui para a saúde cardiovascular e do sistema nervoso.
No caso das gestantes, ele é especialmente importante para o bom desenvolvimento do feto e formação do tubo neural. Ele deve ser continuado durante a gravidez, principalmente nas primeiras oito semanas, porque é justamente nessa fase que ocorre o desenvolvimento do sistema nervoso do feto.
Nos alimentos, o ácido fólico pode ser encontrado em folhas verdes escuras (espinafre, brócolis, couve, alface e salsa). Abacate, manga, tomate, laranja, cereais integrais, feijões, cogumelos, vísceras (fígado de galinha), melão, banana, ovo, germe de trigo e levedo de cerveja também têm boas quantidades do nutriente.
E após abortos de repetição?
No caso das mulheres que tiveram várias perdas gestacionais, é importante esperar pelo menos 15 dias após o próximo ciclo menstrual (que deve demorar entre 4 e 6 semanas). Vale destacar que as chances de ter um aborto na gravidez seguinte à perda gestacional é pequena, no entanto os riscos aumentam a cada abortamento.
Apoie-se na família
A perda de um filho pode gerar algumas consequências na vida da mulher. Ela pode ficar insegura de tentar uma nova gravidez novamente. Sendo assim, o apoio da família – e aqui inclui-se o parceiro – é fundamental para que ela supere essa fase. Caso seja necessário e ela se sinta confortável, o acompanhamento psicológico pode ajudá-la a enfrentar a perda de forma leve e positiva.
A relação médico/paciente é de suma importância nesses casos. Portanto, conte com seus “aliados” – familiares, médico, amigos, companheiro. É uma fase difícil, mas passa.
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